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Reciprocidade

O papel da reciprocidade na sala de aula (parte 2)

Seguindo minha leitura de bell hooks, não posso deixar de querer compartilhar mais um pouco, em especial sobre os insights dela acerca do papel dos professores nisso que eu tomei a liberdade de chamar de reciprocidade na sala de aula.

Ela fala que:

“toda a sala de aula em que for aplicado um modelo holístico de aprendizado será também um local de crescimento para o professor, que será fortalecido e capacitado por esse processo. Esse fortalecimento não ocorrerá se nos recusarmos a nos abrir ao mesmo tempo em que encorajamos os alunos a correr riscos”.

Ela tem razão, pois:

“quando professores levam narrativas de sua própria experiência para a discussão em sala de aula, elimina-se a possibilidade de atuarem como inquisitores oniscientes e silenciosos.”

Ela mesma explica que, para construir sua pedagogia engajada, bebeu da fonte de Paulo Freire e destaca um trecho de sua obra que fala que:

“a ajuda autêntica é aquela em cuja prática aqueles que nela se envolvem se ajudam mutuamente, crescendo juntos no esforço comum de conhecer a realidade que buscam transformar. Somente numa tal prática, em que os que ajudam e os que são ajudados se ajudam simultaneamente é que o ato de ajudar não se distorce em dominação do que ajuda sobre quem é ajudado”.

É importante reconhecermos que, ao nos comprometermos com metodologias ativas que colocam nossos alunos no centro do processo pedagógico, em destaque, nós estamos também os colocando em uma posição desconfortável e de vulnerabilidade. Nada mais justo que também participarmos ativamente desse processo.

Referências:

bell hooks, Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade.

Paulo Freire, Cartas à Guiné-Bissau

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